terça-feira, 16 de outubro de 2012

Carta entre amigos

Impressionante,estou encantada com a sensibilidade contida nesse livro! Muito lindo a amizade desses dois amigos, a docilidade, a serenidade dessas palavras tão especiais que para felicidade de nós leitores, eles publicaram e deram a oportunidade de acalentar nosso coração e enriquecer nossa cultura! Realmente, muito bom!!!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Um dia você aprende...

"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. E começa  a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo, você aprende que o sol queima se ficar exposto a ele por muito tempo. E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...E aceita que, não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando, e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo à longa distância. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos de mudar de amigos, se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa – por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas que nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que você pode ser. Descobre que não leva muito tempo para se tornar a pessoa que você quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo; mas que, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
   Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que te chute, quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que se aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isto não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer, não significa que esse alguém não o ame com todas as forças, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém – algumas vezes, você tem que aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que, com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você junte os seus cacos. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
   Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir mais longe depois de pensar que não pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!”
                                                             
(autoria atribuída a Shakespeare)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O MORCEGO (Augusto dos Anjos)


OMORCEGO


 "Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

“Vou mandar levantar outra parede…”
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, á noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!"



Augusto de Carvalho Rodrigues dos Santos (1884-1914) foi um poeta brasileiro identificado como simbolista ou parnasiano, mas também foi considerado pré-modernista por alguns autores devido a características expressionistas em seus poemas.
Simbolista ou pré-modernista, excelente autor, que mesmo utilizando horrenda criatura, a qual os autores não costumam inspirar-se para escrever poemas, consegue repassar em seu poema o peso da consciência humana. Descreve com perfeição o nosso pensamento auto-crítico através de uma comparação com o morcego.
Augusto dos Anjos foi considerado um autor precoce, já que seus primeiros versos foram escritos com apenas sete anos de idade.A melancololia é uma carcterística sempre presente em seus poemas, chegando a chocar alguns  leitores pelo uso de palavras muito negativas como podemos observar em "Psicologia de um vencido"descrito abaixo:

"Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e á vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!"


Essa linguagem causava repulsa nos críticos da época. O poeta só encontrou sucesso em seus poemas após a sua morte. Até hoje há muitas divergências entre os críticos a respeito de suas obras e as opiniões geralmente são extremas, alguns amam, outros odeiam. O fato é que Augusto dos Anjos se tornou um autor muito comentado até os dias de hoje e está longe de passar despercebido na literatura brasileira.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil ( Leandro Narloch)

Um livro muito interessante e polêmico. Discordei do autor em alguns aspectos e até o considerei um pouco radical, mas em muitos assuntos ele "mandou a real" como diria na gíria...rs.Foi uma leitura muito importante pra mim, porque percebi que tinha uma visão muito ingênua e romantizada da História do Brasil. Inclusive, considero ter ganho com esse livro o q eu chamaria de "maturidade acadêmica" de ser mais questionadora e observar a coerência dos fatos. É importante perceber aquilo que não faz sentido...questionar mesmo.
Prefiro não comentar o que concordo e discordo para não marcar spoiler...rs. Até porque, vale a pena conferir e tirar suas próprias conclusões...






Não te amo mais!

"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."

Clarice Lispector

Bem...agora comecem a leitura por "É tarde demais..."

Comecei por Clarice Lispector, porque gosto muito dessa autora. A riqueza das palavras colocadas nesses versos e o duplo sentido que elas representam, considero fascinante! Em nenhum outro poema, encontrei a intensidade do "Eu te amo" e "Eu te odeio" tão próximos e com as mesmas palavras. Aliás, é bem característico da Clarice Lispector a intensidade dos sentimentos explícitos em seus poemas.

Clarice Lispector (1920-1977)  foi uma escritora e jornalista brasileira, nascida na Ucrânia, porém naturalizada brasileira. Chegou ao Brasil com dois meses de idade, portanto sempre se considerou brasileira e dizia sobre a Ucrânia... "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo".
Nasceu em momento turbulento para sua família, pois seus pais percorriam por diversas aldeias da Ucrânia fugindo da perseguição contra os judeus durante a Guerra Civil Russa.
Perdeu a mãe ainda na infância, quando contava apenas 9 anos de idade. Clarice sofreu com a morte da mãe, e muitos de seus textos refletem as figuras de milagres que a salvariam. Ela  morreu em consequência de uma doença que adquiriu durante a Guerra Civil Russa. É possível que essa melancolia encontrada nos textos de Clarice sejam consequências de grandes sofrimentos desde muito cedo.
Também não teve o pai por muito tempo, Clarice o perdeu aos 19 anos, quando foi submetido a uma cirurgia. A partir de então, passou a ter apenas a irmã Elisa como companheira.
Em 1940, publicou seu primeiro conto na Revista Pan.
Podemos atribuir a melancolia de Clarice também a uma amor não correspondido. Ela se apaixonou pelo escritor Lúcio Cardoso, seu colega de trabalho na Agência Nacional. Mas Lúcio era homossexual e por isso não correspondeu ao amor da colega. 
Mas Clarice se casou com o colega de turma Maury Gurgel Valente, futuro pai de seus dois filhos. O marido passou a fazer parte do quadro do Ministério das Relações Exteriores.Clarice morou na Itália com o marido diplomata onde serviu durante a Segunda Guerra Mundial  como assistente voluntária junto ao corpo de enfermagem da FEB( Força Expedicionária Brasileira) . Clarice também morou na Inglaterra, Estados Unidos e Suiça. Sempre escrevendo aos amigos para dizer da saudade que sentia do Brasil para onde retornou após o término do casamento.
Uma curiosidade sobre a vida de Clarice é que foi considerada "a grande bruxa da literatura brasileira" porque participou do Primeiro Congresso Mundial de Bruxaria, na Colômbia. Apresentou seu conto "O ovo e a galinha" e fez muito sucesso entre os participantes. Esse fato rendeu muitas críticas à autora. 
Clarice faleceu no Rio de Janeiro, em 1977, após ter sido diagnosticada com câncer inoperável no ovário. O diagnóstico veio pouco depois da publicação de "A hora da estrela".

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O homem do futuro

Nem eu mesma esperava que esse fosse meu primeiro "post", mas acabei de chegar do cinema e com muita vontade de comentar sobre "O homem do futuro".
O filme foi excelente! Wagner Moura estava perfeito como sempre, um ótimo ator! Legião Urbana na trilha sonora com Tempo perdido. Muito bom para relembrar a adolescência! Enfim...diversão garantida.
E se eu cometar mais alguma coisa...terei que marcar "spoiler" aqui no blog, como temos o costume de fazer no SKOOB...rs. Sendo assim, apenas deixo registrada a dica...

Olá!

Olá, me chamo Lourdinha e estou inaugurando este Blog Literário para poder conversar com pessoas interessadas em compartilhar idéias e impressões sobre a Literatura Brasileira e estrangeira e assuntos correlatos. Sou fã de autores como Clarice Lispector, Pedro Bandeira, Fernando Pessoa entre outros.

Por enquanto é isso, mas já estou preparando meu primeiro "Post" que em breve será publicado!

Beijinhos!